terça-feira, 20 de setembro de 2022

Minha pequena Metamorfose

"Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso."
Franz Kafka.

Hoje estou completando 20 anos e me sinto uma pessoa bem diferente de quem eu era ontem, com 19, mas pretendo manter a essência. Não que eu tenha me metamorfoseado em um inseto ou seja lá o que for, ainda assim, a metamorfose foi responsável por esse sentimento, e me sinto relacionado à obra de Franz Kafka de muitas formas, mas isso é assunto pra outra hora.

Ainda no dia anterior eu entrei no Facebook  e por uma maldita curiosidade dei uma olhada nas conversas que mantinha na época, tudo para sentir uma vergonha colossal, puta que pariu. A forma como eu conversava com meus amigos ou “chegava” em alguma garota era de lascar, e eu lembro muito bem de me sentir confiante falando daquela forma. Enfim, não quero entrar em detalhes sobre isso e só quis tocar nesse assunto pra poder relembrar de uma época que o meu Eu de hoje considera absolutamente vergonhosa. Vocês também tiveram essa fase? Será que o meu eu de 10 anos no futuro vai pensar o mesmo de quem eu sou hoje? Acho que não, por que de certa forma estou pelo menos um pouco satisfeito com quem estou me tornando e pelo menos passei a dar mais valor a minha saúde física, algo que não fiz durante meus primeiros 18 anos de vida. Tenho feito exercícios regularmente e isso tem me feito muito bem, espero que também faça diferença no futuro.

Fiz uma amizade virtual recentemente com uma pessoa que escreve muito bem, me faz rir à beça com seu humor que me lembra o Kurt Vonnegut, pra falar a verdade, ele por inteiro (até onde eu conheço) me lembra este escritor por algum motivo, talvez por sua forma de se expressar, ou talvez por seu humor, mas acima de tudo, por ele ser totalmente sincero. Abraços, Jotabê.

Por falar em Kurt Vonnegut, o último livro que li dele (Café da Manhã dos Campeões) me marcou tanto que considerei um momento catártico em minha vida (até escrevi uma resenha na época que li, mas acabei não postando). O livro me cativou desde sua introdução, ele dizia que sua mente estava repleta de lixo e podridão que havia sido imposta a todo custo em sua cabeça e para esvaziar sua mente escreveu este livro como presente de aniversário para si mesmo na ocasião em que completava 50 anos. Rapaz, quando estou lendo seus livros sinto que estou muito próximo do escritor, como se estivesse lendo um diário. Neste livro em específico o próprio Kurt Vonnegut aparece como O Criador. Também me sinto dessa forma lendo as postagens do blog do meu amigo Jotabê, é claro que seu blog é um espaço onde ele escreve seus relatos e pensamentos, e isso facilita a aproximação, mas não é sempre que você se conecta dessa forma com um escritor.

Mas não é apenas sobre isso que quero falar, gostaria de falar sobre os meus planos, se é que tenho planos. Nos últimos dois anos eu tomei decisões que mudaram drasticamente a minha vida, e tento imaginar quais decisões irei tomar em 2023 que terão este mesmo efeito.

Vou listar as maiores decisões que tomei e suas consequências.

2020 – Me mudei da Bahia para o Goiás e comecei a a me preparar para vestibulares.

2021 – Larguei minha preparação para vestibulares e comecei a trabalhar como pedreiro. Essa aqui surpreendeu todo mundo que eu conhecia. Pontos positivos: fiquei forte e juntei uma grana. Pontos negativos, acordava às 05:30 e só chegava em casa 19:00, (isso por que eu ia de carona com o patrão, imagina pra quem vai e volta de ônibus) acabava não tendo disposição pra mais nada.

Sobre o meu trabalho, tenho que admitir que na verdade me fez muito bem. Aí você se pergunta, “como diabos alguém diz que foi bom trabalhar em um emprego que consumia todo seu tempo e disposição?!”, e o motivo pra ele ter sido bom, é que ele me distraia.

Durante a pandemia eu tive algumas crises e acabei perdendo muito peso, estava desacreditado e pessimista sobre muita coisa. Para minha sorte, eu comecei a trabalhar com o meu primo, e para nós, a obra era uma grande distração. Estávamos ali carregando material, rejuntando, aprendendo a colocar cerâmica, e mais uma porrada de coisa. Ganhamos vários apelidos, entre eles, Badecos (por que fazíamos de tudo), Burros de Carga (após alcançar a marca de 23km em um dia apenas subindo escada com material nas costas), Reis do Rejunte (esse inflou meu ego), Rockeiro (esse era só meu), entre outros. Mas o que realmente marcou esse período da minha vida foi ficar o dia todo e todos os dias com esse moleque, competir quem era mais rápido, quem comia mais, conversar sobre tudo, caçar encrenca com os estagiários, rir até perder o fôlego, reclamar sobre o trabalho diariamente e mesmo assim continuar nele, e mais um monte de coisa. Não ligava se fosse imaturo em alguns momentos, estava me divertindo, e aproveitei o quanto pude. Conheci gente de todo canto do Brasil, tinha o baiano, o maranhense, o cearense, o paraense, e por aí vai.  Tenho muita história de pedreiro pra contar, mesmo tendo trabalhado apenas 1 ano e meio nessa área, um dia conto uma ou duas por aqui.

Entretanto, o fato é que eu me cansei disso tudo, foi bom, mas apenas por um período, agora eu não quero nem saber de obra. O serviço que eu estava acabou recentemente e aproveitei a oportunidade pra dar entrada no seguro desemprego e vir de imediato pra minha cidade natal, na Bahia, já que eu teria que vir de qualquer forma para as eleições (ainda não transferi meu título de eleitor. Mas meu tempo aqui já está acabando e logo terei que voltar para o Goiás, mas não para ser pedreiro, não quero diminuir a profissão, só não é isso que quero para minha vida. Decidi que vou aceitar a ajuda dos meus pais e voltar a estudar, dessa vez vou entrar direto em uma faculdade com bolsa ao invés de tentar passar em uma federal, se ocorrer de dar certo no futuro, ótimo. Já consegui um emprego à noite que vai me possibilitar trabalhar e estudar, então eu acho que vai dar tudo certo.

Aconteceu muita coisa comigo desde que me mudei para o Goiás, perdi muito peso, peguei um pouco de volta, namorei com uma garota e, como todo apaixonado, achei que fosse ficar com ela pra o resto da vida, mas não deu certo e hoje enxergo que foi bem melhor assim. Encontrei outra pessoa que me faz muito bem e me da todo apoio que preciso, tirei minha carteira de motorista, inclusive, mês que vem já vou pegar a definitiva. Fiz muitas amizades, perdi entes queridos, adotei uma cadela (Jolyne), um gatinho (Policarpo) e uma tartaruga (Jolynesin). Teve mais coisas, mas já me cansei de falar sobre isso então vou encerrar por aqui. Ano que vem vou reler este texto para ver como as coisas mudaram.

Se cuidem.

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Lady Snowblood - O Demônio da Neve

Lady Snowblood é um filme de 1973 dirigido por Toshiya Fujita e inspirado no mangá homônimo de grande sucesso de Kazuo Koike, autor de Lobo Solitário. Ainda não li o mangá, então não sei se é uma adaptação fiel ou se o diretor tomou muitas liberdades criativas, mas tendo feito isso ou não, é inegável que este é um grande filme, não é atoa que foi a maior inspiração para Kill Bill de Quentin Tarantino.

O filme se passa nos primeiros anos da Era Meiji (1868-1912), que foi o período onde o Japão deixou de ser um país feudal e passou a ser Imperial. Os samurais haviam sido extinguidos por conta de reformas do imperador, e apesar da resistência, foi formado um exército nacional para promover o país como uma futura potência, assim como foi feito no ocidente. Nesse contexto, Sayo Kashima teve sua vida e família arruinadas por quatro criminosos que realizavam golpes em camponeses, e para se vingar deles, deu a luz à Yuki (Meiko Kaji), a criança do submundo que nasceu para a vingança e que no futuro viria a se tornar Lady Snowblood.


Após o nascimento de Yuki, temos uma cena em que ela confronta alguns bandidos e nesse momento temos um dialogo que resume bem a trama do filme:

- Quem é você?!

- Vingança.

- De quem?

- De todas as pessoas indefesas que sofreram graças a você.

O que Yuki busca é mais forte que ela mesma e que qualquer sentimento, não há nada que possa impedi-la de alcançar seus objetivos, é uma maldição que está marcada em sua alma desde seu nascimento. Tudo que ela busca é vingança.

Para concretizar essa vingança ela vai atrás de todos os quatro capangas que foram responsáveis pelo trágico fim de sua família, e em sua trajetória somos constantemente relembrados de sua impiedade e determinação. Mas ao contrário do que seu mentor disse, ela não é “uma fera, um demônio, algo que se disfarça de humano”, a personagem passa por cima de todos os seus sentimentos para realizar seus objetivos e sempre que é colocada a prova, é impiedosa e faz o que for necessário para honrar o nome de sua família através da morte dos que a desonraram. Ainda assim, é visível que Yuki sente remorso quando suas ações afetam a vida de outros, mas como ela mesma sabe, não tem como voltar atrás, o segundo capítulo desenvolve bem esse lado da trama e se chama “Bambu que Chora Bonecas do Submundo”. Shurayuki, como é chamada posteriormente, é movida unicamente pela ira dos que se foram, o que torna sua vida cada vez mais vazia conforme o fim de sua jornada se aproxima.

É muito interessante ver como os japoneses utilizam como inspirações diversas lendas japonesas em suas obras, e a que teve vez neste filme foi a da Yuki-onna, tanto em relação às características da personagem, quanto em questões visuais, como na última cena do filme. Inclusive, por este motivo decidir nomear essa resenha como "O Demônio da Neve".

Deixando a trama de lado, me sinto na obrigação de falar sobre a grande estrela do filme, Meiko Kaji. O primeiro filme que assisti com uma participação dela foi Stray Cat Rock – Delinquent Girl Boss (1970), e desde então tenho tido cada vez mais curiosidade para ver os filmes dela, quando vi que ela era a estrela de Lady Snowblood fiquei ainda mais interessado em assistir o filme, e agora já quero assistir a sequência. Meiko Kaji atuou maravilhosamente neste filme, não consigo imaginar alguém melhor para este papel, e a forma como ela personificou a ronin em seu caminho de vingança foi estarrecedora.

Um fato muito interessante é que Meiko Kaji também cantou a música tema do filme, e outra coisa que me deixou muito feliz foi saber que seu nome voltou aos holofotes quando Tarantino utilizou sua música “Shura no Hana” em Kill Bill, e isso acabou lhe trazendo inspiração para voltar a gravar músicas mesmo já tendo anunciado sua aposentadoria.

Não foi apenas a música tema do filme que foi utilizada por Quentin Tarantino, Lady Snowblood serviu totalmente de inspiração para o seu filme. A trama centrada em uma personagem feminina muito apelona que busca vingança contra uma gangue, as lutas coreografadas com exageros de gore pra todo lado, a cena da luta contra O-Ren Ishii na neve, enquadramentos específicos, entre outras coisas que vão ficando claras conforme assistimos ao filme. Kill Bill é um filme que homenageia muitos clássicos dessa época. Um dia pretendo escrever sobre os meus filmes preferidos do Tarantino (quase todos).

Lady Snowblood é a obra máxima de Toshiya Fujita e um clássico do gênero chanbara e jidaigeki que se passa em um período de transição do país e expõe muitos problemas que as classes mais baixas enfrentaram na época. Os cenários são todos muito bem explorados e a fotografia é outro ponto forte do filme. Espero que com essa postagem eu tenha convencido algum de vocês a assistirem essa obra magnifica, infelizmente ela não recebe a atenção que merece.

Se cuidem, até a próxima.


segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Demolidor - Um longo caminho pela frente

Essa resenha vai ser dividida em partes, primeiramente por que não sei muito sobre o personagem e estou me interessando cada vez mais por ele conforme o conheço, segundamente por que não pretendo seguir uma ordem cronológica ou qualquer tipo de ordem para acompanhar suas histórias.

Minha formação como leitor se iniciou com as histórias em quadrinhos do Mauricio de Souza, não me lembro exatamente quando, mas lembro que adorava ler as edições que eu encontrava na biblioteca da minha escola. Os super-heróis eram como mitos para mim, eu via um episodio de alguma série animada uma vez ou outra mas me interessava mais por outros desenhos na época, ouvia pessoas mais velhas falarem sobre eles e sobre seus feitos e capacidades, o que me fazia ficar cada vez mais interessado, entretanto, nunca havia lido uma história em quadrinho de um super-herói. Até que certo dia, dando uma boa olhada na biblioteca, dei de cara com uma edição totalmente aleatória com o Homem-Aranha e o Duende Verde na capa, fiquei muito ansioso e peguei para levar pra casa. Acabei lendo e relendo pelo menos 2 vezes naquele dia. Quando eu fui devolver essa edição, lembro que procurei em todo canto pra ver se encontrava mais histórias do Homem-Aranha ou de qualquer super-herói, mas não encontrei em lugar nenhum.

A partir daí, acho que só tive contato com filmes e desenhos e sem dúvidas os que se tornaram meus preferidos na minha infância foi o Homem-Aranha da Marvel e o Superman da DC. Eu amava os filmes do Tobey Maguire, do Andrew Garfield, mas não gostava muito das animações, com exceção de Ultimate Spider-Man. Eu amava os inúmeros filmes do Christopher Reeve, assim como amava a série Smallville e aquele filme da Morte do Superman.




Sobre o Demolidor, bom, eu havia visto algumas fotos deles por aí e sabia que ele tinha um filme de 98 mas não tinha muita vontade de assistir. Lembro-me de um jogo para PS2 que se chamava Marvel: Ultimate Alliance, nesse jogo você podia montar seu time de super-heróis para sair lutando contra uma porrada de inimigos e eu havia escolhido o Demolidor e o Deadpool por que eram tão maneiros quanto o Homem-Aranha. Desde então, acho que só fui ter outro contato com o Demolidor em 2015, e não foi bem um contato... A Netflix estava lançando as séries do Demolidor e da Jessica Jones e os meus amigos estavam assistindo, eles até me recomendaram bastante e talvez tenha sido esse excesso de recomendações que tenha feito com que eu desistisse de assistir Demolidor na época e só resolvesse começar a assistir a série 7 anos depois de seu lançamento.


No momento a Disney está lançando uma quantidade exorbitante de produções, série atrás de filme e filme atrás de série. O meu eu do Ensino Médio estaria maluco, na época era um hype gigante em cima dos filmes, todo dia comentava sobre teorias com meus amigos e isso tudo rendia muita conversa. Mas hoje em dia é meio complicado acompanhar tudo, ainda assim, dou meu máximo. Ultimamente tenho tentado ler mais as HQs, se eu me decepcionar com o UCM, é só ir atrás de uma história boa, e tem tantas que provavelmente eu nunca irei ler nem um centésimo (falando apenas de Marvel e DC).

Enfim, cá estou eu, apenas no quarto episódio da série e já escrevendo sobre o personagem.. Não, eu ainda não li nenhuma HQ dele, apesar de ter feito minha namorada ler O Homem sem Medo do Frank Miller, e agora que ela deu seu voto de confiança, também está assistindo a série comigo.

Sobre a série, o primeiro episódio foi legal, mas não me deixou com aquele fogo pra continuar assistindo, tanto que demorei mais de um mês pra continuar e agora que vi mais 2 episódios seguidos, estou gostando cada vez mais.

Matt Murdock teve uma infância no mínimo conturbada, sofreu um acidente que o fez perder a visão, foi criado com um pai que enfrentava problemas financeiros e que, muitas das vezes se envolvia em questões problemáticas pra trazer dinheiro pra casa. Ele não era bandido nem nada do tipo, ele era lutador profissional, duro na queda, um cara que aguenta muitos rounds antes de “perder” a luta. Mas não é justo julga-lo, apesar de seus problemas ele tinha muitas qualidades, e uma delas foi a que acabou resultando em uma grande tragédia. Jack Murdock, pai de Matt, fazia tudo que estava ao seu alcance para garantir um bom futuro para seu filho e mesmo chegando muitas vezes coberto de sangue e todo lascado, transmitia uma imagem inspiradora à Matt. O desenvolvimento do personagem é muito bem feito, sabemos que apesar de ele ser um advogado que nas horas vagas é um vigilante cego que da um pau em gangues sozinho, ele também tem suas fragilidades, as vezes ele se da mal e sentimos sua dor, e nesse quesito eu parabenizo o Charlie Cox que se mostrou um Demolidor tão bom que, sem dúvidas, cativou muita gente. Recentemente ele fez uma minúscula aparição no filme Spider-Man: Far From Home, e me lembro bem de todo mundo começar a gritar e bater palmas no cinema, naquele momento eu ainda não tinha assistido a série e não consegui evitar pensar que se eu tivesse assistido poderia ter ficado tão entusiasmado quanto aquela galera.

As cenas de ação da série também estão me surpreendendo muito, tem uma cena em específico no final do segundo episódio que é de arrepiar, vocês vão saber do que estou falando quando assistirem, mas vou deixar ela aqui embaixo pra caso queiram conferir.

No final do terceiro episódio também tivemos a aparição do Rei do Crime, não sei o que esperar muito desse personagem nessa série mas sei que o Demolidor não vai dar conta do recado, até por que o Wilson Fisk aparece lá na série do Gavião Arqueiro botando medo em geral.

Wilson Fisk é um vilão com muitas facetas. Inicialmente eu imaginava que ele era puramente mal e tinha como único objetivo conquistar um grande domínio e poder, mas na verdade, ele é um personagem com muita profundidade. Wilson conheceu uma garota em um museu que logo chamou sua atenção e mais tarde acabou convidando-a para sair, e ela aceitou. Na grande noite do encontro tudo havia sido planejado para que nada saísse de seu controle e não fosse interrompido por ninguém, mas infelizmente não deu muito certo. Um dos irmãos russos que estavam por trás do sequestro de uma criança foi até lá para tentar resolver questões com ele pessoalmente, e isso foi uma péssima ideia. Totalmente emputecido da vida por ter tido seu encontro arruinado, Fisk armou uma grande vingança para o russo e ainda tentou jogar a culpa em cima do Demolidor. Após cuidar de seus assuntos, ele fez de tudo para conseguir outra chance com a mulher novamente. Ele realmente gostou muito dela, e em seu segundo encontro pode-se dizer que o grandão abriu seu coração e revelou muito sobre seu passado e seus planos para o futuro.

Muita coisa aconteceu, Matt Murdock continuou atrás dos russos contra todas as probabilidades de sucesso e após muitos conflitos ele teve sua primeira oportunidade de entrar em contato com Fisk. Um contato que teve como único propósito esfregar a realidade suja na cara de nosso protagonista, ele foi alertado sobre o que acontece com quem brinca com fogo, mas o Demolidor está tentando justamente impedir esse fogo de se alastrar para o impedir de queimar mais inocentes. De certa forma, toda essa destruição acompanha o protagonista pra todo canto, basta ele abrir os olhos que tudo que consegue ver são chamas, deve ser perturbador.

Neste momento eu vi exatamente 6 episódios da primeira temporada da série, e agora decidi que vou partir pra HQ do Frank Miller, O Homem sem Medo. Estou muito curioso com muita coisa e principalmente com as referências que a série está seguindo. Quando eu tiver terminado de ler venho escrever mais um pouco sobre esse minha jornada com o Demolidor, até lá, se cuidem.


terça-feira, 6 de setembro de 2022

Foo Fighters e sua grande homenagem - Descanse em paz Taylor Hawkins

Foo Fighters é uma banda que me traz muita nostalgia, e que também marcou muita presença em toda a minha vida, principalmente em uma fase onde eu estava fazendo algo que na época julgava ser uma perca de tempo mas que hoje sou grato à minha mãe por ela ter insistido para que eu fizesse. Estou falando de ajudar o meu vô no seu trabalho, ele era relojoeiro e ourives. Eu devia ter uns 15 anos na época, passei uns 2 anos ajudando meu avô diariamente e acabei aprendendo a trabalhar com relógios. 

Nostalgia é algo que costuma me atingir constantemente, principalmente quando o assunto é música. Imagino que seja assim pra quase todo mundo. Sabe aquela música que marca uma fase específica da sua vida? Pois é, é aí que "The Pretender" de Foo Fighters se encaixa. Nessa época em que eu ajudava meu avô, eu tinha exatamente 15 minutos para escutar músicas no caminho de ida, e mais 15 no de volta. Na maioria das vezes eu estava ouvindo exatamente essas músicas: Toxicity – System of a Down, The Pretender – Foo Fighters, The Bad Touch – Bloodhound Gang (e com o tempo que sobrava eu devia ouvir alguma opening de anime). Lembro que eu aproveitava muito o caminho ouvindo essas músicas, me fazia esquecer todos os pensamentos negativos. Imagino que foi a partir daí que eu comecei a enxergar a beleza da minha cidade.

Enfim, não era disso que eu queria falar, ou talvez fosse... Não sei, mas sei que hoje, quase 5 anos depois (caramba, agora que estou escrevendo isso percebo que nem faz tanto tempo, ainda assim, sei que sou uma pessoa completamente diferente do que era antes, passei tanto por isso... mudanças... todos mudamos) me tornei um grande fã de Foo Fighters e vocês devem saber que no dia 25/03/2022, o grande Taylor Hawkins nos deixou. Lembro que a banda estava em uma turnê pela America do Sul e, do nada, aconteceu. Foi uma grande perda, eu senti muito a perda dele, mas não o conhecia como seus amigos o conheciam como seus companheiros de banda o conheciam, mesmo assim sei que ele foi um grande homem.

Poderia escrever páginas e mais páginas sobre momentos que ficaram eternizados em minha memória com uma trilha sonora de Foo Fighters de background, talvez eu tenha que fazer isso um dia (tenho muito medo de acabar tendo algum problema grave no futuro relacionado a minha memória), mas no momento eu quero falar sobre o grande tributo que foi feito para o Taylor no dia 03/09/2022.


Foo Fighters em parceria com a família de Taylor Hawkins realizaram um grande show em homenagem ao artista. O evento teve mais de 6 horas e conta com muitas participações especiais. Vários conhecidos do Taylor foram ao palco contar histórias sobre o cantor, muitas homenagens foram feitas, muitas músicas que o Taylor gostava foram citadas, cantadas e saudadas por todo o estádio Wembley que estava lotado.

Logo de início tivemos um grande cover da música Let’s Dance de David Bowie com Josh Homme (Queens of the Stone Age), Nile Rogers e Dave Grohl. Sou um grande fã do Nile Rodgers, inclusive tenho uma playlist com minhas músicas preferidas dele, tivemos participação de Brian Johnson (AC/DC) cantando “Back in Black”, Paul McCartney com “Oh Darling” e "Helter Skelter", entre outros.


Mas o que realmente marcou o show foram as performances de Dave Grohl que sustentaram todo o evento, enaltecendo Taylor com toda sua energia. Sua emoção ao fazer um solo de “Times Like These” foi contagiante, ele não conseguiu segurar suas lagrimas e imagino que muitos fãs, assim como eu, também não se contiveram. Esse gigantesco e monumental solo que refletia toda a angústia de Dave logo foi interrompido por seus companheiros com uma empolgação explosiva que seguiria com o grande hino “All My Life”, nesse momento ficou claro que o show estava em seu ápice e a plateia entrou em euforia cantando com Dave, como eu queria estar lá... 



Em seguida tivemos “The Pretender” a música que citei lá no início, e foi nesse momento que eu decidi que tinha que escrever sobre o tributo como tentativa de eternizar esse momento em minha memória, espero que isso funcione. Depois veio “Monkey Wrench” para reforçar a empolgação de toda a banda, no fim da música Dave chamou Nandi Bushell de apenas 12 anos para a bateria e eles tocaram uma de minhas músicas preferidas da banda, “Learn to Fly”. Teve “These Days”, "Best of You”, “Oh! Darling”, “Helter Skelter”, “Aurora” e, um dos momentos mais marcantes do show, “My Hero” com ninguém menos que Shane Hawkins, filho de Taylor, na bateria. 

Ele mandou bem demais, Dave e toda a plateia foram a loucura, assim como Shane. Imaginem a pressão psicológica que aquele moleque de 16 anos estava sofrendo naquele momento, ainda assim, isso não o impediu de fazer uma das maiores homenagens que Taylor Hawkins já havia recebido em vida ou postumamente. E para encerrar, tivemos “Everlong”.

É isso, a maior reunião de artistas que o estádio Wembley recebeu desde a homenagem à Freddie Mercury. Descanse em paz Taylor Hawkins, você deixou um grande legado.